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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Contemplo

Suyane Lanuze 

Nem tudo acaba aqui!

Nada precisa ser finalizado,
Nem tudo precisa ser uma despedida,
Momentos que se passaram, 
Apesar de ficarem para trás não serão esquecidos
Sendo eles bons ou ruins.
Deixamos um pedacinho da nossa história 
em cada produção, em cada trabalho,
em cada foto, em cada texto.
Somos todos artistas, somos todos estrelas do nosso espetáculo.
Caminhamos sempre para frente para a cada dia 
Fazer o que achamos que valerá a pena....
Dessa forma, a cada montanha ultrapassada, com todo esforço que colocamos 
para alcançar a vitória, simplesmente viveremos felizes 
por ter tido a coragem de enfrentar todos os medos nessa subida íngreme
e termos tido a  recompensa de ver o pôr do Sol do lugar mais belo.

by Jessyca Oliveira 




Pensamentos


Nem tudo é Sol

Francisco das Chagas Galeno 
Sarah Oliveira 

Folhas


Danielle Caetano 

Amo-te


Ler é ...


Deus


Pressa para quê?

Paulo Vinicius Frazão

Nem Rei

Débora 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Água Corrente

ANA PAULA FERREIRA DE MELO – RA: 3217525757
Título: Água Corrente
Técnica: Sony Cyber-shot 14.1 MP – Edição: Microsoft Oficce Word 2007/Fotografia em sépia


o Guardador de Rebanhos

ANA LIDIA IBIAPINA – RA: 2505003096
Título: o Guardador de Rebanhos
Técnica: Câmera Sony/Edição: Microsoft Oficce Word 2007/Fotografia Colorida

Que Suave é o ar

AMANDA FELIX MIRANDA BESSA – RA: 1108352788
Título: Poesias Coligidas
Técnica: Celular Samsung Duos/ Edição: Microsoft Oficce Word 2007/Fotografia Colorida

Um Renque de Árvores lá Longe

Mirian Fonseca Pinheiro 1158377533

Mar Português

Nagiane Diniz Guedes
RA: 1141345816
Título: Mar Português
Técnica: Câmera Samsung/ Edição: Word/ Fotografia Colorida

Andando

Wellington Brandão

Os Livros

Jéssica Araujo de Oliveira

Voar para a Liberdade

Fernando Pessoa, Liberdade.
Aluna: Cláudia Lizandra Fernandes Cruz.
R.A.: 1185404384
Título: Voar para a Liberdade.
Técnica simples: preto e branco.
Câmera: Sony Cider Short.

É tempo

Valéria Ramos Pacheco

Valores

Tatiane Frazão

São belas?

Polianna Afonso Medeiros

Viagem

Nome Aneshirley Martins Simões
RA. 1191405154
Poema: Viagem
Autor Fernando Pessoa
Câmera: Panasonic

Antigo

Luciana Florêncio Linhares

A Sombra


Evilásio

Pela rua já serena

O amor

Dormindo

Anderson Bomfim

Bolhas de sabão

Evelyn Andressa

Felicidade

Adriana Alves RA 1107307173

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

“Sermão da Sexagésima"

Ese quisesse Deus que este tão ilustre e tão numeroso auditório
saísse hoje tão desenganado da pregação, como vem enganado
com o pregador! Ouçamos o Evangelho, e ouçamo-lo todo, que
todoédo caso que melevouetrouxede tão longe.”
Diante de tal sermão, me coloco como um pregador, tendo em vista que, como educadora não consigo identificar em que ponto de bom pregador eu me encontro, pois, na verdade sempre penso estar dando o melhor de mim, porém, os resultados nem sempre são os mais positivos, a culpa nessa situação não será minha ou de quem quer que seja em algum momento os resultados serão alcançados. Sempre tentar melhorar será a minha meta!
Sarah Oliveira

Camilo Castelo Branco



“Que importa morrer, se não podemos jamais ter nesta vida a nossa esperança de há três anos? Poderias tu com a desesperança e com a vida, Simão? Eu não podia. Os instantes do dormir eram os escassos benefícios que Deus me concedia; a morte é mais que uma necessidade, é uma misericórdia divina, uma bem-aventurança para mim.”
Camilo Castelo Branco
            
Amor de perdição narra à história de jovens de famílias inimigas (como Romeu e Julieta de Shakespeare). Onde fazem de tudo para separá-los. Por se uma obra ultrarromântica, ela atinge o seu clímax, como a morte sendo a única solução para um amor impossível.

Polianna Afonso Medeiros
RA: 3215513621

Gil Vicente



FIDALGO: Quê? Quê? Quê? Assi lhe vai?!
DIABO: Vai ou vem! Embarcai prestes!
Segundo lá escolhestes,
Assi cá vos contentai.Pois que já a morte passastes,
haveis de passar o rio.
FIDALGO: Não há aqui outro navio?”

Uma peça teatral criada por Gil Vicente, no Humanismo. Tem como cenário um porto imaginário, onde estão ancoradas duas barcas: uma como destino o paraíso, tem como comandante um anjo; a outra tem como comandante o diabo, com destino ao inferno. Traz em sua obra uma crítica ferrenha a sociedade do seu tempo, mas com o pensamento voltado pra Deus.
Polianna Afonso Medeiros

O ARCADISMO


Origem
O Arcadismo, também conhecido como Neoclassicismo, surgiu no continente europeu no século XVIII, durante uma época de ascenção da burguesia e de seus valores sociais, políticos e religiosos. Esta escola literária caracterizava-se pela valorização da vida bucólica e dos elementos da natureza. O nome originou-se de uma região grega chamada Arcádia (morada do deus Pan).

Os poetas desta escola literária escreviam sobre as belezas do campo, a tranqüilidade proporcionada pela natureza e a contemplação da vida simples. Portanto, desprezam a vida nos grandes centros urbanos e toda a vida agitada e problemas que as pessoas levavam nestes locais. Os poetas arcadistas chegavam a usar psedônimos (apelidos) de pastores latinos ou gregos.

O Arcadismo no Brasil
No Brasil, o arcadismo chega e desenvolve-se na segunda metade do século XVIII, em pleno auge do ciclo do ouro na região de Minas Gerais. É também neste momento que ocorre a difusão do pensamento iluminista principalmente entre os jovens intelectuais e artistas de Minas Gerais. Desta região, que fervia culturalmente e socialmente nesta época, saíram os grandes poetas.
Entre os principais poetas do arcadismo brasileiro, podemos destacar:

Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu): o principal de sua obra está em Cartas Chilenas (poema satírico em que denuncia os desmandos morais e administrativos do governador de Minas Gerais da época) e em Liras a Marília de Dirceu (em que relata seu amor por Marília, pseudônimo da jovem Maria Dorotéia Joaquina de Seixas).
Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Satúrnio): publicado em 1768, seu livro Obras (composto de cem sonetos, várias éclogas, epístolas e outras formas líricas) é considerado o marco inicial do Arcadismo no Brasil. O poema épico Vila Rica também se destaca por descrever a descoberta do ouro em Minas Gerais e a formação de Vila Rica - atual Ouro Preto.
José Basílio da Gama (Termindo Sípílio): seu poema épico O Uraguai celebra a vitória do comissário real Gomes Freire de Andrade sobre os índios de Sete Povos das Missões - região atualmente pertencente ao Rio Grande do Sul.
Frei José de Santa Rita Durão: discute o mito do amor universal no épico Caramuru. A obra conta a história de amor entre o português Diogo Álvares Correa, o Caramuru, e a índia Paraguaçu.

Características do Arcadismo
As principais características das obras do arcadismo brasileiro são: valorização da vida no campo, crítica a vida nos centros urbanos (fugere urbem = fuga da cidade), uso de apelidos, objetividade, idealização da mulher amada, abordagem de temas épicos, linguagem simples, pastoralismo e fingimento poético.

                                                                            
                                                              Karolina- 3º Semestre

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Arcadismo brasileiro


conhecida a Tolete de Vênus 1751, imagen abaixo

ilustra um pouco do Arcadismo, que também é chamado

de Setecentismo ou Neoclassicismo, desenvolveu-se

na segunda metade do seculo 18.O seculo das luzes

o movimento literário surgiu em 1690 em Roma, com

o propósito de combater o Borroquismo e cultivar a lírica

amoroza. Em Portugual o Neoclassicismo teve início no período

pombalismo e, no Brasil,em 1768 com a publicação de obras poéticas

de, Claudio Manuel da Costa.



Debora Maria Chagas de Araújo

Barroco no Brasil

Por intermédio dos jesuítas o Barroco foi introduzido no Brasil no final do século XVI, com a finalidade apenas de catequizar.
Em relação à Literatura, teve seu marco inicial em 1601 com a publicação do poema Prosopopéia, de Bento Teixeira.
Conheça trechos deste poema a seguir:
I

Cantem Poetas o Poder Romano,
Sobmetendo Nações ao jugo duro;
O Mantuano pinte o Rei Troiano,
Descendo à confusão do Reino escuro;
Que eu canto um Albuquerque soberano,
Da Fé, da cara Pátria firme muro,
Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira,
Pode estancar a Lácia e Grega lira.

II

As Délficas irmãs chamar não quero,
que tal invocação é vão estudo;
Aquele chamo só, de quem espero
A vida que se espera em fim de tudo.
Ele fará meu Verso tão sincero,
Quanto fora sem ele tosco e rudo,
Que per rezão negar não deve o menos
Quem deu o mais a míseros terrenos


Ana Paula Melo

Gênero Lírico


O termo “lírico” vem do latim (lyricu) e quer dizer “lira”, um instrumento musical grego. Durante o período da Idade Média os poemas eram cantados e divididos por métricas (a medida de um verso, definida pelo número de sílabas poéticas). A combinação de palavras, aliterações e rima, por exemplo, foram cultivadas pelos poetas como forma de manter o ritmo musical. Logo, essa é a origem da métrica e da musicalidade na poesia. A temática lírica geralmente envolve a emoção, o estado de alma, os pensamentos, os sentimentos do eu-lírico, e também os pontos de vista do autor e, portanto, é inteiramente subjetiva.
Esse gênero é geralmente expresso pela poesia, contudo, não é toda poesia que pertence ao gênero referido, já que dependerá dos elementos literários inseridos nela.
Quanto à forma, da Idade Média aos dias de hoje, o estilo de poema que permaneceu com intensidade foi o soneto, poesia rimada, composta por quatorze versos, dois quartetos e dois tercetos, com métrica composta de versos decassílabos (dez sílabas) e versos alexandrinos (12 sílabas).
 Quanto ao conteúdo, predominantemente subjetivo, destacam-se:

• Elegia – vem do grego e significa “canto triste”; poesia lírica que expressa sentimentos tristes ou morte. Um exemplo frequente é “O cântico do calvário” de Fagundes Varela.
• Idílio e écloga – são poemas breves com temática pastoril. A écloga, na maioria das vezes, apresenta diálogo.
• Epitalâmio – na literatura grega é um poema de homenagem aos noivos no momento do casamento. Logo, é uma exaltação às núpcias de alguém.
• Ode ou hino – derivam do grego e significam “canto”. Ode é uma poesia que exalta algo e hino que glorifica a pátria.
 • Sátira – poesia que ridiculariza os defeitos humanos ou determinadas situações.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras


Marcel Palhares 

Padre Antômio Vieira





Nascido na Lisboa, em 1608, vem com os pais para o Brasil ainda criança. Ordenou-se em 1.634, depois de 64 anos volta para Portugal. Entra em choque com a realidade da corte lusitana, com o momento histórico de Portugal e com a Inquisição, por causa dos cristãos-novos. Fica preso por dois anos e tem cassado o direito de pregar. Volta ao Brasil para o Maranhão, entra em choque com os colonos, por fazer a defesa dos nativos e escravos. Morre em 1.697, aos 89 anos.


Atualmente vemos como o Barroco pode atuar no século XXI, podemos hoje presenciar os textos de Vieira no nosso cotidiano, ver através dos nossos olhos aquilo que ele descrevia em suas prosas, através de seus textos literários que de um modo cativante nos obriga a pensar, repensar, entender o argumento político, social e econômico em que vivemos.


Posso concluir que para o Padre em de acordo com seus argumentos que mostram os fundamentos da injustiça nenhuma causa é segura nem permanente porque tudo vai se compondo com o sangue dos pobres, assim sempre a corda arrebenta no lado mais fraco, ou seja, sempre a Coroa castigaram sues vassalos por qualquer coisa. Hoje em dia e o governo que castiga os pobres com impostos cada dia mais alto, moradia cada vez mais insalubre, escolas de pior qualidade. A causa é ou são as injustiças, que derrubam as Coroas, ou reinados, principalmente quando tiram a liberdade aos que nasceram livres, e não pagam o suor aos que trabalham. Sendo assim resta aos pobres clamar aos céus, violência demais, chuva não tem mais, roubo demais, política demais, tristeza demais, o interesse tem demais(...)(O Rappa- Súplica Cearense).


Karine Patrice

Trovadorismo



O Trovadorismo se caracteriza pelo aparecimento e cultivo das novelas de cavalaria.
Naturais da Inglaterra ou/e da França, e de modo tipicamente medieval, nasceram da prosificação e metamorfose das canções de gesta (poesia de temas guerreiros) estas, alargadas e desdobradas a um grau que transcendia qualquer memória individual, deixaram de ser expressas por meio de versos para o ser em prosa, e deixaram de ser cantadas para ser lidas. Dessa mudança resultaram as novelas de cavalaria, que penetraram em Portugal no século XIII, durante o reinado de Afonso III. Seu meio de circulação era a fidalguia e a realeza. Traduzidas do Francês, era natural que na tradução e cópia sofressem voluntárias e involuntárias alterações com o objectivo de aclimatá-las à realidade histórico-cultural portuguesa. Nessa época, não há notícia de qualquer novela de cavalaria autenticamente portuguesa: eram todas vertidas do Francês.

Convencionou-se dividir a matéria cavaleiresca em três ciclos:
ciclo bretão ou arturiano, tendo o Rei Artur e seus cavaleiros como protagonistas;
ciclo carolíngio em torno de Carlos Magno e os doze pares de França;
ciclo clássico, referente a novelas de temas Greco-latinos.

Tratando-se da Literatura Portuguesa, essa divisão não tem cabimento, pois só o ciclo arturiano deixou marcas vivas de sua passagem em Portugal. Sabe-se que os demais ciclos foram conhecidos e exerceram alguma influência, mas apenas na poesia do tempo, visto que não se conhece em vernáculo nenhuma novela de tema carolíngio ou clássico. 
 
Paulo Vinícius Frazão 

Arcadismo

     
     A principal característica do Arcadismo é a exaltação a natureza e tudo relacionado a ela. Por isso muitos autores dessa época usaram pseudônimos.

    Outras características do Arcadismo que também são importantes:

valorização da vida no campo (bucolismo)
crítica a vida nos centros urbanos
objetividade
idealização da mulher amada
inutilia truncat (cortar o inútil)
locus amoenus (lugar agradável)
convencionalismo amoroso
aurea mediocritas (mediocridade áurea ou ouro medíocre)
linguagem simples
uso de pseudônimos com frequência
pastoralismo
fugere urbem (fuga da cidade)

       Autores:

Manuel Maria Barbosa du Bocage
António Dinis da Cruza e Silva
Correia Garção
Marquesa de Alorna
Francisco José Freire, o Cândido Lusitano



Izabella Lima 

Análise do poema de Bocage – Aspectos do Arcadismo (Rosapont)


Olha, Marília, as flautas dos pastores

Olha, Marília, as flautas dos pastores,
Que bom que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-te! Olha não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?

Vê como ali, beijando-se os amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores!

Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira:

Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.                     ( Bocage )
      

No soneto selecionado é importante destacar aspectos da estética Árcade, já que o autor retornou aos modelos clássicos, ou seja, o soneto transmite a ideia de arte como uma cópia da natureza refletida através da tradição clássica.
      A partir da primeira estrofe nota-se a valorização da vida no campo (bucolismo), pois a amada é convidada a admirar as coisas simples ao seu redor, voltando-se para uma vida simples e pastoril. Cumpre salientar que essa busca por uma vida simplória no campo é apenas um estado de espírito, uma ideologia, já que os autores mantinham seus interesses nos centros urbanos, portanto, nota-se o uso de pseudônimos de pastores.
      Na segunda estrofe nota-se a idealização da mulher amada, outro aspecto muito importante na estética Árcade, pois na intenção de aproveitar o tempo “Carpe diem”, o pastor insinua que os beijos de outros amores incentivam os beijos dele com a mulher amada, principalmente naquele momento, já que aquela paisagem tão inocente e que transmite paz é propicia para este beijo.
      Nas duas últimas estrofes é importante destacar o sentimento de bem estar do pastor pelo ambiente campestre, porém na última estrofe há uma valorização das coisas cotidianas focalizadas pela razão (Aurea mediocritas), pois há uma comparação, ou seja, todo esse bem estar vindo da paisagem campestre de nada valerá se Marília não estiver também, pois do contrário seria mais triste do que a própria morte.

Luciana Linhares


sábado, 29 de setembro de 2012

BARROCO- PADRE ANTÔNIO VIEIRA


Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608, e morreu na Bahia, em 1697. Com sete anos de idade, veio para o Brasil e entrou para a Companhia de Jesus. Por defender posições favoráveis aos índios e aos judeus, foi condenado à prisão pela Inquisição, onde ficou por dois anos. 

Responsável pelo desenvolvimento da prosa no período do BARROCO, Padre Antônio Vieira é conhecido por seus sermões polêmicos em que critica, entre outras coisas, o despotismo dos colonos portugueses, a influência negativa que o Protestantismo exerceria na colônia, os pregadores que não cumpriam com seu ofício de catequizar e evangelizar (seus adversários católicos) e a própria Inquisição. Além disso, defendia os índios e sua evangelização, condenando os horrores vivenciados por eles nas mãos de colonos e os cristãos-novos (judeus convertidos ao Catolicismo) que aqui se instalaram. Famoso por seus sermões, padre Antônio Vieira também se dedicou a escrever cartas e profecias.
Podemos dividir sua obra em:
Profecias – constam de três obras: História do futuro, Esperanças de Portugal e Clavis prophetaru.
Cartas – são cerca de 500 cartas, que versam sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, sobre a Inquisição e os cristãos-novos.
Sermões – são quase 200 sermões, um dos principais dentre eles é o Sermão da sexagésima (ou A palavra de Deus), pregado na Capela Real de Lisboa em 1655.
Sermão da Sexagésima (1655):
O sermão, dividido em dez partes, é conhecido por tratar da arte de pregar. Nele, Padre Antônio Vieira condena aqueles que apenas pregam a palavra de Deus de maneira vazia. Para ele, a palavra de Deus era como uma semente, que deveria ser semeada pelo pregador. Por fim, o padre chega à conclusão de que, se a palavra de Deus não dá frutos no plano terreno a culpa é única e exclusivamente dos pregadores que não cumprem direito a sua função. Leia um trecho do sermão:
Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador evangélico a semear" a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. (...) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare. (...) Ora, suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? (...)

Amanda Felix

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Barroco


O conflito Paganismo X Cristianismo marcou o século XVII e a Contrarreforma tentava restaurar a fé católica abalada desde o fim da idade média pelo Renascimento, assim então, surge o Barroco como expressão desse conflito.
A poesia de Gregório de Matos caracteriza os conflitos humanos daquela época, ora sendo sarcástica e erótica, ora é religiosa, mostrando culpa e arrependimento. Porém o que iremos analisar é o seguinte poema de Gregório de Matos:

01 - A Nosso Senhor Jesus Christo com actos de arrependimento e suspiros de amor
Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade,
É verdade, Senhor, que hei delinqüido,
Delinqüido vos tenho e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.

Maldade que encaminha à vaidade,
Vaidade que todo me há vencido.
Vencido quero ver-me e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.

Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços que me rendem vossa luz.

Luz que claro me mostra a salvação,
A salvação pertendo em tais abraços,
Misericórdia, amor, Jesus, Jesus.
                                                                 Gregório de Matos.
Este poema expressa arrependimento e a preocupação com a salvação da alma. Muitos historiadores veem como uma das tendências básicas no estilo Barroco o Cultismo que nada mais é o jogo de palavras, a arrumação metafórica do texto, preciosismo vocabular, erudição, rebuscamento da forma, ou seja, o que estava em pauta era a habilidade verbal do escritor e essa supervalorização da forma é mais comum na poesia. Repare o extremo cuidado formal que o autor teve repetindo o final de cada verso no começo do seguinte:
Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade,
É verdade, Senhor, que hei delinqüido,
Delinqüido vos tenho e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
O cultismo empregado dá mais ênfase ao sentimento de culpa e de desgraça causado pelo pecado cometido. Pelo poema percebemos que este estado de culpa é o arrependimento e que em seguida há a súplica pela salvação. As dúvidas, os conflitos e as incertezas deste período é o que criou o Barroco.
Suyane Lanuze


Luís Vaz de Camões


Luís Vaz de Camões não deixou muitas informações sobre sua origem, onde nasceu, quando? 
Nosso conhecimento sobre o mesmo se restringe as meras deduções. 
Ganhou-se muito dinheiro? Acredita-se que não. Se for levado em conta que foi sepultado do lado de fora de um cemitério e graças à Companhia dos Cortesãos, que paga as despesas do funeral. No entanto após a sua morte cresce o interesse pelos seus poemas os quais apenas três foi publicado em vida. Contudo deixou um vasto acervo que podem ser apreciado até hoje. Observe:

"Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso dos meus anos;
Dei causa a que a fortuna castigasse
As minhas mais fundadas esperanças.
De amor não vi se não breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!"


Evilasio B. dos Santos Junior

BARROCO


                 Segundo alguns autores, a palavra “barroco” deriva da palavra “verruca” do latim, que significa elevação de terreno em superfície lisa. Toda pedra preciosa que não tinha forma arredondada era chamada de barrueca. Logo após, toda e qualquer coisa que possuía forma bizarra, que fugia do normal, era chamada de baroque. O poeta italiano Giosuè Carducci foi quem, em 1860, adjetivou o estilo da época dos Seiscentos, referindo-se às manifestações artísticas ocorridas a partir do ano de 1600, como sendo barroco. Então, apesar de não possuir características unânimes em todas as obras, o barroco passou a ser a denominação dos artistas e escritores da referida época.

                  A publicação, em 1601, do poema Prosopopéia, de Bento Teixeira, marca o início da literatura barroca no Brasil.

Prosopopéia é um poema de 94 estrofes que exalta, de forma exacerbada, a figura de Jorge de Albuquerque Coelho, segundo donatário da capitania de Pernambuco.
Influenciado por Camões, Bento Teixeira transcreve em seu poema Prosopopéia inúmeros trechos de Os Lusíadas, estabelecendo, desta forma, um vínculo estreito entre a literatura brasileira e a literatura portuguesa do período
.
               
                 Em termos estilísticos, a literatura barroca em linhas gerais dedicou um profundo cuidado à forma e ao virtuosismo linguístico no intuito de maravilhar e convencer o leitor, o que implicava o uso constante de figuras de linguagem e outros artifícios retóricos, como a metáfora, a elipse, a antítese, o paradoxo e a hipérbole, com grande atenção ao detalhe e à ornamentação como partes essenciais do discurso e como formas de demonstrar erudição e bom gosto.


Temas frequentes na Literatura Barroca
- fugacidade da vida e instabilidade das coisas;
- morte, expressão máxima da efemeridade das coisas;
- concepção do tempo como agente da morte e da dissolução das coisas;
- castigo, como decorrência do pecado;
- arrependimento;
- narração de cenas trágicas;
- erotismo;
- misticismo;
- apelo à religião.   

                 O homem se vê colocado entre o céu e a terra, consciente de sua grandeza mas atormentado pela ideia de pecado e, nesse dilema, busca a salvação de forma angustiada. Os sentimentos se exaltam, as paixões não são mais controladas pela razão, e o desejo de exprimir esses estados de alma vai se realizar por meio de antíteses, paradoxos e interrogações. Essa oscilação que leva o homem do céu ao inferno, que mostra sua dimensão carnal e espiritual, é uma das principais características da literatura barroca
No Barroco brasileiro destacam-se os autores: Padre Antônio Vieira com suas obras de profecias, cartas e sermões e Gregório de Matos Guerra, essencialmente poético.




Evelyn Andressa

Pe. Antônio Vieira


“Religioso, escritor, filósofo, pregador, orador e político”
Antônio Vieira nasceu em 1608, em Lisboa. Em 1614, aos 6 anos de idade, veio para o Brasil com a família. Em maio de 1923 ingressou na Companhia de Jesus como noviço. Foi ordenado sacerdote em 1635, é Mestre em Artes e exerce a função de pregador. Destacou-se como missionário em terras brasileiras. Em 1697, morre na Baía, no dia 18 de julho, com 89 anos.
Sem dúvida Antônio Vieira foi um dos mais influentes personagens do século XVII em termos de política e pregação. Sempre defendendo os direitos humanos dos povos indígenas, os judeus, a abolição da distinção dos cristãos-novos e cristão-velhos e a abolição da escravatura. Destacou-se entre os sacerdotes por estar sempre lutando pelo humanismo, por essa razão também sofreu vários ataques da Inquisição.
Podemos dividir a obra de padre Antônio Vieira em profecias, constituintes de três obras: História do Futuro Esperança de Portugal e Clavis Prophetarum; cartas, cerca de quinhentas que trataram sobre a relação de Portugal e Holanda; sermões, aproximadamente duzentos sermões com caráter barroco que trata os assuntos religiosos de maneira racional e lógica.
Possui considerável importância na literatura barroca brasileira e portuguesa, pois suas obras talentosas sempre demonstraram não só caráter religioso, como também interesse nos transes da vida e na defensão dos excluídos da sociedade.
A sedução dos seus raciocínios, a riqueza de seus textos, os paradoxos efeitos que ainda hoje exerce influência em seus leitores, o tom combativo de suas prosas tornaram a arte de Antônio Vieira esplêndida.

                                                                                                               Valdenísia Serafim

Nós somos o que fazemos. O que não se faz nao existe. Portanto, só existimos quando fazemos. Nos dias que não fazemos, apenas duramos